Chega de ransomwares: você já conhece o projeto No More Ransom?
Criado em parceria entre órgãos governamentais e empresas privadas, a biblioteca conta com chaves de decifragem para diversos tipos de sequestradores digitais.
Não há dúvidas de que a ameaça cibernética que mais tira o sono dos diretores de segurança cibernética seja o ransomware. Esse tipo de malware está cada vez mais presente, complexo e perigoso, sequestrando redes corporativas (e, às vezes, até cadeias de suprimentos) inteiras para posteriormente pedir resgates milionários. Isso, é claro, sem citar os usuários finais que são vítimas desses vírus em seus computadores domésticos — afinal, são poucos os internautas que têm o costume de realizar backups.
Isto posto, você já conhece o No More Ransom? Trata-se de um programa criado em 2016 pelo Serviço Europeu de Polícia (Europol) e pela Polícia Nacional Neerlandesa (Politie) em parceria com as fornecedoras de soluções de segurança cibernética McAfee, Kaspersky e Barracuda. Estamos falando de uma verdadeira biblioteca totalmente gratuita, em 37 idiomas (incluindo português!), contendo chaves de decifragem para a maioria das famílias de ransomware conhecidas atualmente.
No total, o site possui ferramentas que conseguem descriptografar dados sequestrados por 151 famílias de ransomwares; estima-se que 6 milhões de internautas já tenham usado o serviço, e que, com isso, as autoridades conseguiram evitar o pagamento de US$ 9 milhões em resgate. O objetivo da iniciativa, desde o início, era tentar sufocar o mercado de sequestros digitais ao impedir o pagamento aos criminosos — além de, é claro, prover maior agilidade e facilidade para internautas e empresas acometidas por esse tipo de software malicioso. Felizmente, parece que os esforços estão dando resultados.
Vale observar que, caso você seja vítima de um ransomware e não saiba qual cepa infectou o seu computador, é possível enviar um arquivo de amostra e a nota de sequestro para um dos recursos do site, o Crypto Sherrif, que vai analisar diversos fatores (como características da nota dos sequestradores e o algoritmo de criptografia usado) para revelar qual malware lhe atingiu, redirecionando-lhe para baixar a chave de descriptografia.