Vale a pena contratar um seguro cibernético?
Apólices contra ameaças digitais têm feito sucesso no mercado, mas especialistas alertam para malefícios.
Há uns 10 anos, imaginar que teríamos à nossa disposição a possibilidade de contratar um seguro contra incidentes cibernéticos era algo fora de cogitação. Porém, diversas seguradoras de renome já oferecem esse tipo de apólice para empresas de todos os portes, e não é à toa — o mercado percebeu que o cibercrime está em constante ascensão e que os prejuízos decorrentes de um ataque, invasão ou contaminação de sistemas por um malware são gigantescos. Nada mais justo do que ter uma segurança para o caso de tudo mais der errado, correto?
Os seguros cibernéticos são, de fato, uma opção interessante para garantir respaldo no caso de incidentes. A maioria deles oferece compensações no caso de vazamentos de dados, perda de informações e outros sinistros digitais, lhe auxiliando com custos de recuperação e ajudando a empresa a manter seus negócios operando. Com o aumento no número de infecções por ransomwares, a demanda por esse tipo de serviço cresceu ainda mais, já que nem sempre as companhias conseguem recuperar seus sistemas através de backups — e pagar os malfeitores é uma prática não-recomendada.
Porém, uma pesquisa efetuada pela Deloitte mostra que o tiro pode sair pela culatra: a contratação de um seguro cibernético torna a empresa um alvo ainda mais proeminente, já que os criminosos sabem que ela poderá pagar pelo resgate. Para o relatório, mesmo com o seguro, a equipe de segurança da informação deve estar pronta para enfrentar tais incidentes e minimizar os danos à resiliência corporativa.
“Operar bem significa minimizar os riscos, melhorando a segurança cibernética e jogando jogos de guerra, nos quais o departamento de TI ensaia um cenário realista para que as autoridades possam experimentar as decisões que tomariam durante um ataque real”, explicam os pesquisadores. “Compartilhar informações sobre as experiências de ransomware, mesmo que seja desconfortável ou potencialmente embaraçoso, pode ser a chave para a ‘imunidade do rebanho’ que pode manter outros governos em segurança”, ressaltam.